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domingo, 18 de outubro de 2015

MANIFESTO CONJUNTO DAS FEDERAÇÕES DOS POLICIAIS CIVIS DO BRASIL


MANIFESTO CONJUNTO DAS FEDERAÇÕES DOS POLICIAIS CIVIS DO BRASILResultado de imagem para feipol norte e centro
Por uma nova ordem policial e não ao Ciclo Completo
     Pela presente, e pelo manifesto em anexo, denominado Carta de Nata/RN, nos dirigimos à Vossa Excelência no sentido de expor grande preocupação com o atual sistema vigente de Segurança Pública e seus possíveis desdobramentos, principalmente quando essa Secretaria, pode ser conduzida a engano lastreado nos sofismas produzidos por projetos de Emenda à Constituição, neste caso a PEC 430/2009 e seus apensos, sem o devido apelo popular, mesclado apenas pelo viés corporativista, em detrimento ao interesse público.
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De outro giro, se hoje possuímos um Estado com sua população refém da violência urbana em crescente domínio e sequestro dos direitos e garantias individuais, urgente repensar o modelo de segurança pública bem como interagem as instituições que a compõem.
Nessa ordem, necessário se faz redesenhar o enfrentamento da criminalidade, bem como os métodos e organizações onde se equilibram a engenharia que visa promover a paz social. Não se consegue resultados diferentes, quando se repete o mesmo caminho. Daí, por essa oportunidade ousamos apresentar as diretrizes que visam aprimorar e modernizar o enfrentamento à criminalidade, buscando a quebra de paradigmas centenários ao sistema reinante posto.
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Por assim, apresentamos as devidas diretrizes:
1.     Desmilitarização das polícias - Humaniza: embora polícias mundiais sejam vistas em suntuosas fardas e uniformes, forçoso reconhecer que a indumentária não faz o militar; o regime sim, mesmo que sem ela. Há erro gritante quando se mantém organismo militar para tratar o que é de natureza urbana e de medula civil. A formação castrense, embutida na construção do profissional de segurança pública, mais intui no indivíduo o soldado com conceitos de guerra, do que o operador da segurança pública preparado para a defesa da paz e do direito cidadão. A desmilitarização traria profundas mudanças no sistema de enfrentamento à criminalidade, ao trato do cidadão nas ruas, à autoconfiança do operador de segurança pública e por fim, à humanização deste profissional. Além do que, essa proposta faz parte de recomendação de organismos internacionais de direitos humanos aos quais tem como signatária a própria ONU.
2.     Uma Só Polícia - Moderniza: não se pode conceber perda da continuidade nos serviços públicos, pela máxima de que “daqui pra frente não é mais responsabilidade minha”. E isso ocorre na atividade policial, quando quem tem a obrigação de prevenir, não faz a devida interface com aquele que vai reprimir, validando o conceito de meias polícias, quando o foco é o cidadão e seu produto a segurança pública. Uma só instituição teria melhores condições humanas e logísticas para fazer o enfrentamento qualificado e humanizado da criminalidade, quando informações e decisões fossem obrigação e decisão concentradas numa única força policial. Quadro próprio para os fins a que se destina, indo da prevenção à repressão, compreendendo e reagindo de acordo com o fenômeno criminalidade fosse se desenhando nas ruas – onde prevenir, a quem reprimir. Essa lógica se torna impossível com o regime de polícias bipartidas, impondo barreiras e seccionando a atividade de segurança pública, deixando o cidadão refém de um sistema que não se faz compreender e menos ainda compreendido pelo limite constitucional que obriga o “empurra–empurra” de responsabilidades das polícias militares à polícias civis e vice- versa. A unificação moderniza, humaniza e otimiza a reação ao crime e suas derivações.
3.     Acesso único - valoriza: o atual sistema vigente nos órgãos policiais – tanto civil quanto militar, não se permite a ascensão funcional plena, fazendo do operador de segurança pública de base (agentes, inspetores, investigadores e praças das policias militares), reféns de um regime acabado com topo previsto na execução, descuidando da formação acadêmica e experiência pessoal de cada indivíduo, que o torna tão ou mais capaz que aqueles que adentram na instituição pela avaliação intelectual, sendo de imediato alçados ao ápice  dos cargos de gestão (oficiais e delegados). Uma nova polícia, disciplinada e hierarquizada nos princípios básicos da seleção intelectual e da meritocracia, traria profundos e valiosos avanços a um sistema que clama pela modernização e valorização daqueles que buscam a realização pessoal, ao mesmo tempo que se tornam detentores de possibilidades de alcançarem o topo da carreira que abraçaram por vocação. É de primeira hora e de extrema necessidade a alteração da seleção para ocupação dos cargos que participam das forças policiais no Brasil. Com o acesso único, significa dizer que o cidadão vocacionado que opta em se tornar um policial, sabe que sua trajetória funcional, será tão vitoriosa quanto sua habilidade e qualidade intelectual para galgar novos cargos e funções, inclusive a de gestor máximo do órgão ao qual se habilitou por meio de concurso público. Daí por diante, estaria em constante avaliação, tanto intelectual quanto por aptidão funcional e avaliação continuada de sua vida em sociedade. Maus servidores públicos, antes de tudo são identificados pela sociedade e por último pela instituição a qual servem. Acesso único, moderniza, humaniza e aproxima o policial da população por estar em permanente avaliação e vigilância daqueles que o premiarão ou o anularão caso não tenha internalizado o orgulho policial e suas responsabilidades.
     Baseado nessas três diretrizes, outras mudanças haveriam de se estabelecer de acordo com as particularidades de cada instituição policial, bem como o horizonte a ser alcançado pelos servidores da mesma polícia. Desmilitarização, unificação e acesso único nas polícias civis e militares são os fins a serem alcançados, devendo os meios para tais fins, serem construídos dentro do diálogo honesto e sincero com os atores dessa nova realidade e acima de tudo com a população que clama por ações e surta por resultados nas ruas. De outro modo, continuaremos sequestrados pelos encaminhamentos corporativistas, centrados no empoderamento de cargos e pessoas que querem a perpetuação de um Brasil colonial com seus senhores de engenho, armas e milícias, que mais servem aos maus políticos e aos governantes, que ao povo pagador de impostos.
Dessa exposição, nos colocamos à inteira disposição de Vossa Excelência para dirimir dúvidas. Tudo isso no escopo de oferecer saídas e possibilidades para reverter a máquina da criminalidade que destrói patrimônios, produz viúvas e órfãos.
FEIPOL/CON - Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis das Regiões Centro-Oeste e Norte

FEIPOL/SE - Federação Interestadual dos Policiais Civis da Região Sudeste

FEIPOL/SUL - Federação Interestadual dos Policiais Civis da Região Sul

FEIPOL/NE - Federação Interestadual dos Policiais Civis da Região Nordeste