FONTE: https://sites.google.com/site/litiotmffup/toxicidade
Toxicidade

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Há uma preocupação crescente sobre a saúde e segurança de
  trabalhadores e sobre o impacto ambiental.  
  
       A Australia Inventory of Chemical Substances,classificou
  o lítio metálico como saudável, fisioquímico e/ou perigo ecotoxicológico,
  de acordo com National Occupational Health and Safety Commission (NOHSC). 
  
       Lítio, alumínio hidratado de lítio e metanolato de
  lítio são classificados como substâncias perigosas. Os sais de
  lítio não são muito tóxicos, excepto para os hidratos de
  lítio altamente
  corrosivos e irritantes, tetrahidroaluminato
  de lítio (LiAlH4), tetrahidroborato de lítio (LiBH4). 
  
       Espodoménio, o  mineral de lítio mais extraído, por todo o mundo,
  é um silicato de
  alumínio; aqui o lítio é altamente ligado à estrutura cristalina, não
  constituindo, por si só, um problema toxicológico. No entanto, quando o
  espoduménio sofre crushing, gera pó rico em
  sílica,
  o qual é um perigo para
  a saúde e segurança.  
  
       No que diz respeito à ingestão
  oral,
  o lítio metálico é moderadamente
  tóxico,
  no entanto, a tolerância física varia entre indivíduos. O primeiro
  órgão alvo para a toxicidade do lítio é o SNC, sendo
  então o lítio utilizado na terapêutica, nas proteínas transportadoras da
  membrana, no tratamento
  de uma depressão maníaca. 
  
       Em doses terapêuticas, surgem danos no SNC e nos
  rins.  
  
       O lítio não tem um uso
  biológico conhecido e não parece ser um elemento essencial à vida. 
  
       A quantidade de lítio no corpo humano é de,
  aproximadamente, 7mg. O lítio é absorvido a
  partir do tracto gastrintestinal e excretado,
  primariamente, pelos rins, após,
  aproximadamente, 24h. 
  
       As concentrações
  séricas do lítio atingem um pico cerca de 30 min. após a ingestão oral, seguido
  de um plateau de
  12-24h.
  Os iões do lítio atravessam a membrana celular, lentamente; isto pode contar
  não só para a prolongada
  excreção do lítio mas também
  para os 6-10 dias
  necessários para atingir a resposta terapêutica completa, em humanos. 
  
       Embora o lítio não seja
  um elemento essencial, pode influenciar o metabolismo. 
  
       De acordo com Schrauzer, a média
  diária de ingestão de lítio para um adulto de 70 Kg é entre 0.65 e 3.1 mg/dia. As
  maiores fontes de lítio na dieta são grãos e
  vegetais (0.5–3.4mg Li/kg comida), produtos
  diários (0.50mg Li/kg comida) e carne
  (0.012mg Li/kg comida). A quantidade
  mínima indicada de ingestão
  de Lítio para um humano adulto (fisiológica) estima-se ser menos de
  0.1 mg/dia. 
  
       Os níveis de lítio podem ser maiores após esforço
  físico, em certas doenças e em pacientes em diálise. As necessidades
  especiais para crianças, adolescentes e mães a amamentar precisam ser
  consideradas. 
   
       O lítio tem imensas
  aplicações industriais.  
  
       Embora seja possível, nunca foi relatado qualquer
  intoxicação  profissional. A fonte
  mais comum de exposição ao lítio e também com consequências toxicológicas é o
  seu uso intensivo em medicina, no seguimento da descoberta das propriedades
  psicotrópicas do lítio. 
  
       Os sais de
  lítio,
  especialmente o carbonato
  de lítio (Li2CO3) e o acetato de lítio (LiCH3COO)  são extensivamente usados
  no tratamento
  de desordens maniaco-depressivas. 
  
       O lítio foi introduzido, pela primeira vez, na
  profissão médica, em meados de 1800, como cura para muitas doenças comuns. Os
  profissionais de medicina têm sido conhecedores
  e cautelosos acerca da toxicidade do lítio. De facto, em 1949, o lítio foi
  banido nos EU devido è excessiva toxicidade e não obteve a aprovação da FDA
  para o tratamento da mania, até 1970. Outros usos terapêuticos antes do
  trabalho de Cade foram descritos para os sais de lítio e o efeito no
  desenvolvimento embrionário tem sido reconhecido desde há 100 anos. 
O
  lítio afecta também o metabolismo, comunicação neuronal e a proliferação
  celular numa diversidade de organismos. 
  
       O uso não vigiado e indiscriminado de carbonato de
  lítio pode produzir determinados sintomas tóxicos nos sistemas
  neuromuscular, cardiovascular e gastrintestinal, assim
  como danos
  renais mais
  sérios, podendo causar a morte. 
  
       O nível sérico de lítio, sob tratamento
  terapêutico, não deve exceder os 11,1mg/L e deve ser cuidadosamente
  monitorizado. Não obstante, pacientes sob tratamento podem vir a sofrer
  efeitos neurotóxicos, a longo-prazo, mesmo com concentrações normais. 
  
       O litio tem numerosos efeitos em humanos e outros
  organismos. Níveis terapêuticos de lítio são capazes de inibir o
  funcionamento de múltiplas enzimas no corpo. O lítio, como medicamento, tem
  múltiplos efeitos no desenvolvimento embriogénico, na síntese de glicogénio,
  hematopoiese e outros processos. 
  
       O lítio é o fármaco de eleição no tratamento de
  desordem bipolar recorrente
  há mais de 50 anos e ganhou popularidade como opção farmacológica no
  tratamento de outras condições psiquiátricas. 
  
      A
  importância clínica do Lítio existe em 2 níveis:  
 
 
  
       A combinação do crescente uso do lítio e a sua
  extremamente estreita janela terapêutica aumentam o potencial para uma
  toxicidade aumentada. Uma grande
  maioria dos pacientes (75–90%) sob terapia com lítio para desordem bipolar
  torna-se intoxicada no curso do tratamento. Distúrbios gastrintestinais,
  edema e tremor são efeitos laterais comuns.  O carbonato de Lítio é aplicado, em psiquiatria, em doses próximas do nível máximo. Uma dose letal, em humanos, é de 5g de LiCl.  Os sais de lítio induzem sintomas toxicológicos renais (glomérulo esclerótico e dano tubular). 
  
       A incapacidade do nefrónio em concentrar urina
  durante o tratamento com lítio está correlacionada com a ocorrência de mudanças
  histológicas.  
  
    O lítio também produz muitas alterações
  metabólicas. Em termos de metabolismo mineral, o lítio compete com
  o sódio, o potássio, o magnésio e o cálcio e desloca-os do espaço
  intracelular. 
CURIOSIDADES: 
 
 
 
PROPRIEDADES  Propriedades: - Li - Metal Alcalino
O lítio é o 27º elemento mais abundante na
crosta terrestre. Os minerais de lítio com maior valor comercial são
classificados em 3 grandes grupos: 
a) silicatos (espoduménio—LiAlSi2O6, petalite—LiAlSi4O10);    b) micas (lepidolite—K[Li,Al]3[Al,
Si]4O10[F,OH]2, zinnwaldite—K[Li,Al,Fe]3[Al,Si]4O10[F,OH]2;   c) fosfatos (principalmente, ambligonite—[Li,
Na]Al[F, OH]PO4). 
O maior mineral de lítio
é o espoduménio, o qual é considerado insolúvel em água e ácidos diluídos. 
 Os minerais de lítio são extraídos em vários
locais, por todo o mundo, como Manona—Zaire, Bikita—Zimbabwe, Greenbushes— Western
Australia, La Corne e Bernic Lake—Canada, Kola Peninsula—Russia e Altai
Mountains—China, para fazer vários produtos minerais do lítio. 
O processamento dos minerais contendo lítio,
geralmente, compreendem crushing, moagem a húmido num moinho de esfera,
dimensionamento, concentração por gravidade e flutuação usando ácidos gordos
(ácido oleico) como colector. Os restos são descarregados para áreas de armazenamento e a água decantada é geralmente recuperada para reutilização. 
O lítio também pode ser encontrado em salmouras
(Salar de Atacama—Chile, Salar de Hombre Muerto e Salar de Rincon—Argentina, e
Searle’s Lake e Clayton Valley mos EUA) e lagos (Great Salt Lake, EUA; Zabuye
Lake, Tibete; Dachaidan, Qinghai—China e Mar Morto, Israel). O conteúdo em lítio varia de 20mg/L no mar morto a 1500mg/L
no Salar de Atacama. 
Efeitos
Adversos
Os efeitos indesejáveis estão relacionados com as
concentrações séricas de lítio e são frequentes a concentrações superiores a 1,0 mmol/L.  As reacções adversas geralmente cedem a uma
redução temporária ou à descontinuação do tratamento. | 


Contra-Indicações
A administração de Lítio está contra-indicada em
diferentes situações:
Hipersensibilidade à substância activa ou a
qualquer dos excipientes
Insuficiência renal significativa
Insuficiência cardíaca
Doença de Addison
Aleitamento

Gravidez:
O tratamento com lítio não deve ser administrado
a mulheres grávidas, especialmente durante o primeiro trimestre de gravidez, a
não ser que seja considerado essencial, pois pode ser prejudicial para o feto.
Foram reportadas aumento de mal-formações cardíacas e outras, especialmente a
de Ebstein. Assim, é particularmente recomendado fazer um diagnóstico pré-natal
como por exemplo um exame ultra-sónico.
No caso de ser necessário manter o tratamento com
lítio durante a gravidez deverá monitorizar-se frequentemente as concentrações
séricas de lítio visto a função renal mudar gradualmente durante a gravidez e,
subitamente, durante o parto. É necessário fazer ajuste de dose. Recomenda-se
descontinuar o tratamento com lítio antes do parto e só o recomeçar alguns dias
pós-parto.
Os recém-nascidos podem apresentar sintomas de
intoxicação por lítio necessitando de terapia de hidratação durante o período neonatal. Os
recém-nascidos com concentrações séricas de lítio baixas podem ter uma
aparência flácida que volta ao normal sem qualquer tratamento.

Mulheres em idade fértil:
É conveniente que as mulheres sob tratamento com
lítio adoptem métodos contraceptivos adequados. No caso de planear uma gravidez
recomenda-se a descontinuação do tratamento com lítio.

Aleitamento:

Aleitamento:
O lítio é excretado no leite materno pelo que a
amamentação está contra-indicada.
Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar
máquinas:
Não existem dados sobre o efeito do lítio na
condução de veículos. No entanto, considerando os efeitos indesejáveis, deverá
ter-se em atenção a influência negativa do lítio sobre a capacidade de reacção.
Farmacocinética / Farmacodinâmica
Propriedades
Farmacodinâmicas:
Como com muitos outros fármacos bem conhecidos, o
lítio tem um papel terapêutico baseado na observação empírica da sua
eficácia clínica. Contudo, existe alguma evidência experimental de que
o lítio pode modular as respostas
neuronais e hormonais através da sua interacção com o segundo mensageiro
(sistema do AMP cíclico e fosfoinositídico). 
Assim, julga-se que o aumento da actividade serotoninérgicapode ser
responsável pela sua eficácia clínica na depressão e que asinteracções colinérgicas e dopaminérgicas podem estar relacionadas com os efeitos antimaníacos.

Propriedades Farmacocinéticas:
O lítio é rápida e quase completamente absorvido
a nível do tracto gastrointestinal, com uma Tmax de 2
a 3 horas. O estado de equilíbrio da
concentração de lítio é obtido em 4 a 6 dias
Na circulação sistémica, o lítio é inicialmente
distribuído no líquido extra-celular e depois nos diferentes órgãos e tecidos.
O volume de distribuição do lítio é 0,7 a 0,9 L/Kg. No estado de equilíbrio, as
concentrações de lítio na circulação sistémica são, aproximadamente, duplas das
encontradas nas células vermelhas e no líquido cerebrospinal.
Os iões lítio atravessam a placenta e também são excretados no leite materno.
O lítio não se liga às proteínas
plasmáticas e não é metabolizado.

O lítio é excretado principalmente por via renal sendo
que > 95% da eliminação do lítio é feita através dos rins e apenas pequenas quantidades foram
detectadas nasfezes, saliva e suor. A “clearance” do lítio atinge cerca de 20 a 30%
de “clearance” da creatinina (80% do lítio total filtrado é reabsorvido no
túbulo renal proximal). 
Nos doentes que iniciam tratamento com lítio a semi-vida é de cerca de 24 horas, embora a semi-vida de eliminação aumente nos
indivíduos idosos e nos insuficientes renais.Quando se pára o tratamento e de acordo com a semi-vida de eliminação, 99% do lítio é eliminado ao fim de 7 a 10 dias.
