O MAGO DOS NEGÓCIOS... EU É QUE NÃO COMPRO AÇÕES... VEJAMOS A MATÉRIA
Geólogos sabiam e o mercado já esperava. Mas a Anglo American foi mesmo a primeira a acreditar e a última a saber. A compra feita pela mineradora estrangeira, em 2007, por nada menos que US$ 5,2 bilhões, da operação de minério de ferro Minas-Rio, está se mostrando bem mais que um mico, e sim um verdadeiro King Kong. Tanto que, na terça-feira 29, a Anglo American registrou uma baixa contábil (prejuízo) de US$ 4 bilhões em seu balanço em razão do negócio. Ao contrário das promessas do vendedor, a mina de minério de ferro comprada pelos americanos e ingleses não começou a produzir em 2010, mas irá proporcionar as primeiras retiradas em 2014. Com sorte. Além disso, o investimento que inicialmente estava previsto em cerca de US$ 3 bilhões subiu para US$ 8,3 bilhões. Quem vendeu a mina problemática para a Anglo American? Como se diz, Eike 'Sempre Ele' Batista.
"O mercado gosta de comprar os olhos verdes de Eike", disse ao 247 o geólogo João Cavalcante. "Mas o conteúdo que ele vende nunca bate com o combinado". O caso do projeto Minas-São Paulo é típico. Analistas não acreditam nem mesmo que o primeiro embarque de minério de ferro possa ocorrer em 2014, o que já resultaria num atraso de quatro anos. Ouvido pelo jornal Valor Econômico, Tony Robson, da BMO Capital Markets, aposta em 2016.
O projeto Minas-Rio inclui um minerioduto de nada menos que 525 quilômetros, cuja estrutura atravessa 32 municípios, o que vai multiplicando as exigências de licenças ambientais. No total, o número de licenças necessárias chega a 300. A Anglo American ainda não conseguiu obter todas as autorizações. Não há garantia, nem mesmo, de que todo o minério de ferro prometido por Eike esteja mesmo debaixo da terra. Por todas estas, o Citigroup projetou que a baixa contábil de US$ 4 bilhões será pequena para cobrir novos prejuízos que devem surgir em curto prazo.
FONTE: http://www.brasil247.com/pt/247/rio247/92143/Mina-vendida-por-Eike-faz-Anglo-perder-US$-4-bilh%C3%B5es.htm
Bastante delicada a situação de Eike Batista. Pelo que se apurou, Dilma tem interesse, sim, em ajudar as empresas do Grupo a sobreviverem. Mas não o empresário. Por outro lado, se Eike topar se desfazer de alguns ativos, ainda sobrará muito caixa. Afinal, os grandes perdedores nesta história são os investidores, donos de ações cujos nomes acabam com X.
Enquanto os compradores estão estressados, Eike é só alegria.